O Centro Cultural do Campo iniciou a sua atividade logo a seguir ao 25abr1974, com uma pequena biblioteca localizada no átrio da, então, Escola Primária do Campo, no edifício novo, ao lado da atual sede do CCC. Essa marca original ainda hoje se mantém, simbolicamente, no logótipo então adotado: um livro aberto, azul e vermelho, com a inscrição “CENTRO CULTURAL DO CAMPO” no verso da folha à esquerda e a inscrição “CAMPO-VISEU” na face da folha à direita.

No dia 19 de setembro de 1981, “um pequeno grupo de habitantes do lugar do Campo” reuniu-se “junto ao recinto de festas”, tendo em vista proceder à reestruturação do Centro Cultural do Campo. Nesse sentido, foi deliberado integrar os “Zés Pereiras Dona Muna” – um grupo de bombos até aí autónomos – que passaram a sujeitar-se à Direção do Centro Cultural do Campo. Pouco depois, nesse mesmo ano, a 9 de dezembro, foi lavrada a escritura pública constitutiva da associação no Cartório Notarial de Vila Nova de Paiva, que publicitou o seu clausulado na III série do Diário da República nº 3, de 5jan1982. Aí se encontra a base constitutiva da emergência formal do CCC-Centro Cultural do Campo.

O subsequente desenvolvimento normativo para regular a atividade a desenvolver – consubstanciado no Regulamento Geral Interno – foi elaborado em 20set desse mesmo ano e aprovado na Assembleia Geral de 27mar1983. Menos de um mês depois, a 10 de abril, é inaugurado o Campo de Futebol da Muna – a primeira grande obra do CCC – seguindo-se, logo em 21 de agosto desse mesmo ano, a inauguração da toponímia da povoação do Campo, com publicação de uma brochura descritiva. Para além do futebol das camadas jovens, a atividade cultural tradicional desenvolveu-se através dos Zés Pereiras “Dona Muna”, da Tuna do Centro Cultural do Campo e do Rancho Folclórico “As Fiandeiras”. Tais foram os fatores de mérito que estiveram na base da atribuição do estatuto de Utilidade Pública ao Centro Cultural do Campo, declarado em 26mar1988 e publicado no Diário da República, II Série, de 16abr1988. Faltava um local para o desenvolvimento da atividade cultural, razão por que os órgãos sociais se lançaram na construção da sede associativa, cuja primeira fase – com o apoio dos Baldios de Campo e Bassar – viria a ser inaugurada em 5dez1993.

O querer, a determinação e o esforço com que foi construído o acervo patrimonial material e imaterial do CCC, projeta uma responsabilidade para os atuais e futuros dirigentes, associados e amigos da associação, sobre eles recaindo a obrigação de honrar o trabalho feito, votando-lhe o cuidado e a diligência que merece para que seja preservado e engrandecido. Tanto exige uma congregação de vontades e um esforço alargado a todos quantos gostam e querem colaborar na acrescida responsabilidade decorrente de um contexto desafiante em todos os quadrantes. Exige sobretudo a disponibilidade de participação nos órgãos sociais e na programação e desenvolvimento da atividade cultural, cerne do seu objetivo estatutário e prova de vida institucional. Os que nos precederam legaram-nos a oportunidade de, autonomamente, assumirmos e construirmos a nossa própria atividade sociocultural. Não a desmereçamos, assumindo a responsabilidade de a aproveitar!

nov2023